11 abril 2014 04:17
VAMOS PRA CIMA DELES, GALO

Foto: Moacir Gaspar
Ganhamos do Zamora, confirmamos a liderança do grupo e já sabemos que o Atl. Nacional será o adversário nas oitavas. Seria justo destacar mais uma boa partida de Guilherme, o mais regular da temporada, como Leãodro Donizete justifica o período que a Massa o pediu de volta ao time e os dezesseis jogos de invencibilidade do treinador mais apedrejado do país. Queria falar sobre tudo isso, mas existe algo ainda mais importante para o momento.
Alguém apertou a tecla ‘mudo’ no Horto. Todos imaginavam que a Massa ficaria ainda mais insana após uma conquista como a Libertadores, mas o resultado foi exatamente o inverso do que se esperava. Falar isso dói mais que pênalti aos 48 do segundo tempo, já que se trata daquele povo que segurou a onda desse clube por muito tempo, inclusive quando os resultados não ajudavam, e ainda assim as crianças diziam aos pais que queriam torcer por aquele time de barulho ensurdecedor na arquibancada.
Vamos por setores para seguir uma rota no Independência. A bateria da torcida Camisa 13 e os Embaixadores fazem barulho atrás do banco de Paulo Autuori e impedem os malas que tentam atrapalhar o trabalho do treinador. Do meio-campo até o portão 6 há um silêncio enorme, sendo que em alguns locais é possível (quase obrigatório) assistir ao jogo sentado.
Chegamos no portão 6 e apenas alguns blocos próximos à bateria da Galoucura deixam para assistir ao jogo no VT e se preocupam somente em pressionar o time adversário quando a bola está rolando. Existe um sindicato que se esforça para conseguir espalhar vaia a determinados jogadores, enquanto poderiam espalhar o hino ou até as vaias quando o adversário estiver no ataque.
Saímos do portão 6 e o portão 3 dificilmente segue uma calmaria até a torcida Fúria Alvinegra, Movimento 105 e a Charanga pouco à frente. A turma faz barulho, leva faixas, bandeiras e ouvem todos os dias que eles não deveriam estar ali, pois ficam em pé e incomodam quem quer ver o espetáculo. O cidadão que interrompe alguém durante um “Atlético, gostamos muito de você” precisa entender que a intenção é realmente incomodar. Incomodar o Zamora, o Santa Fe, o Cruzeiro, o Nacional... Existe uma turma ralando muito para criar novas músicas, homenagear e incentivar ídolos na busca pelo bi e isso me traz, esperança graças a Deus e a São Victor do Horto. Quem não se sente bem perto do batuque e entende como aquilo é importante para o Atlético, simplesmente anda alguns metros até o próximo assento vazio. Infelizmente a maioria ainda prefere reclamar da turma do gogó, da Charanga, da bandeira, do jogador em má fase. Ele foi para o campo para descontar tristeza e frustração do dia a dia.
Não há como falar sobre os portões 10 ou 5, pois o formato da arquibancada não contribui para organizar qualquer grupo com a intenção de cantar. Caso seja seu setor favorito, fique atento ao barulho predominante, cante e convide o vizinho a lhe acompanhar. Com tantos atletas no Departamento Médico, precisamos do nosso décimo segundo jogador, aquele nunca abandonou o barco, venceu tempestades e tirou nosso Galo do fundo do poço.
Temos um caldeirão nas mãos, um grupo que conhece cada atalho do gramado e isso faz a diferença para tremer as pernas dos rivais e agigantar nossos soldados. Vamos, Massa! Esqueçam quem errou o passe, foi vetado ou a folha salarial dos homens de chuteira. O Atlético é muito maior e merece toda nossa entrega na Libertadores, Mineiro ou amistoso do time infantil. É nossa camisa, nossa história e nosso futuro em jogo. A frase ‘Vai pra cima deles, Galo” saiu do singular e o lema agora é ‘Vamos pra cima deles, Atleticanos’.
ABRAÇO, MASSA!
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